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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Teu olhar!


Às vezes esbarro com tua Bíblia gasta ainda guardada na gaveta,
Ou com aquele velho guarda-chuva que guardavas com capricho,
Ou mesmo com teus sapatos empoeirados no armário,
Ou com tua roupa arrumada no guarda-roupas,
Ou com a cadeira que costumavas usar,
A tua presença é invisível, mas perceptível, por toda casa.
Muitas vezes a tua ausência se faz presente,
Ultimamente, se faz mais presente do que de costume.
Quando um instante de calmaria se instala,
E o silêncio domina o ambiente e a mente para,
A tua ausência é tangível, tocável, palpável,
Então procuro algo que me traga você de volta,
Só então é que me dou conta de que,
É  o teu olhar que me faz mais falta!
Só então é que me dou conta disso.
Não são os objetos, nem mesmo tua roupa.
Não são tuas mãos afáveis que me lembram mais você,
Nem teu sorriso de criança que recordo mais,
Nem teu jeito simples e encantador,
Nem teu abraço cálido e suave,
Nem teu beijo protetor e marcante,
Nem a tua voz peculiar e meiga.
Mas sim teu olhar, teu simples olhar.
Foi por meio deles que eu aprendi a te conhecer,
Por meio dos teus olhos eu te descobri,
Sabia o que tua alma queria dizer,
Sabia se estavas triste ou alegre,
Sabia se estavas ou não suscetível ao cansaço,
Sabia até mesmo o que te preocupava,
Não havia em você nada mais transparente.
Por meio dos teus olhos eu te lia,
Como faria com qualquer livro,
Eras o que os teus olhos mostravam,
E o que teus olhos mostravam, era de fato você.
Não havia incoerência, não havia distorção.
São teus olhos azuis, quais diamantes,
Que me fazem mais falta hoje.
Teus lindos olhos azuis meu pai!
Saudades deles, saudade de você,
Ainda lembro deles na última vez que te vi,
Quando beijei tua testa febril e disse: - Te amo!
Sei que um dia, quando tudo acabar,
Terei o teu abraço cálido e suave,
Quando voltar para a casa eterna.
Mas antes de qualquer palavra que possa ser dita,
Quero olhar em teus olhos, olhar mais uma vez.
Depois eu sei que nada mais precisa ser dito,
Aí poderemos nos sentar na beira desse lago de prata,
Pegar anzóis e fingir que estamos pescando,
E deixar o tempo passar lentamente,
E o tempo jamais será um problema para nós.
Até breve guerreiro, até breve herói!

[ Poema que meu irmão fez em homenagem a nosso pai que já se foi. ]

Um comentário:

  1. Muito bonito o poema. A altura de quem escreveu, e para quem foi escrito. De tanto escutar inúmeras pessoas falando do saudoso presbítero Trezena, mesmo sem o ter conhecido, passei a senti saudade dele também.

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